Santa Catarina cria o núcleo da Rede Brasil de Pessoa Idosa Vivendo e Convivendo com hiv (RBPI)

O aumento da longevidade da população é uma conquista a ser celebrada. Tal conquista só acontece quando são articuladas políticas públicas de saúde, de previdência e, mais amplamente, de seguridade social. É desse emaranhado que a vida depois dos anos sessenta anos, com ou sem hiv, pode se constituir em uma vida saudável, longa e produtiva.  

Quando se trata da vida da pessoa idosa com hiv, dois vetores devem ser considerados: o primeiro, o aumento da longevidade e da qualidade de vida para a pessoa que vive com hiv a partir da terapia antirretroviral e de suas tecnologias e, o segundo, o aumento da infecção por hiv entre idosos nas últimas duas décadas e, na última década, sobretudo entre idosas.    

Diante da ausência de políticas públicas voltadas exclusivamente para pessoas idosas vivendo com hiv e na luta por protagonismo da pessoa idosa como forma de combate ao etarismo e à exclusão, fundou-se, em setembro de 2023, a Rede Brasileira da Pessoa Idosa Vivendo e Convivendo com hiv/aids, com ata de fundação situada na cidade de Curitiba (PR).

Muitos/as dos/as ativistas presentes na fundação da rede são sobreviventes das primeiras fases da epidemia e, de lá pra cá, estiveram presentes em momentos históricos e organizações e grupos cruciais para a resposta ao hiv. É importante, nesse sentido, relembrar seu trabalho nas batalhas por justiça social para a vida com hiv, por implementação da terapia antirretroviral no SUS e para o acesso, de fato, à terapia. 

A rede tem abrangência nacional, e subdivide-se em regiões e estados. Recentemente, em uma prática de capilarização das frentes de atuação, o estado de Santa Catarina fundou seu núcleo, a RBPISC, representado por Marcelo Pacheco Freitas, titular, e por Laurinha de Souza Brelaz, suplente. Como Marcelo e Laurinha contaram ao É só mais uma Crônica, uma das preocupações do núcleo em Santa Catarina é a invisibilização das pessoas idosas vivendo com hiv, a falta de campanhas e políticas públicas orientadas a essa população, o que acaba por dificultar a testagem e o diagnóstico da infecção e, logo, o acesso ao tratamento e à saúde – tem aumentado o número de idosos e idosas a desenvolverem quadros de aids.

Como declarado em sua Carta de Princípios, a Rede tem como missão 

Garantir a participação na Política Nacional da Pessoa Idosa, tendo por objetivo assegurar os seus direitos sociais, e criar condições para promover sua autonomia para participação efetiva na sociedade e nas ações desenvolvidas em prol da resposta ao HIV e AIDS.

Assim, a Rede Brasil de Idosos Vivendo e Convivendo com hiv/aids convida as pessoas idosas que vivem com hiv, bem como as que convivem, tal como amizades, afetos, amores a comporem seu núcleo, discutirem suas demandas e somarem nas lutas específicas das populações idosas em articulação com as lutas por saúde e justiça social para a vida com hiv e às lutas em defesa do Sistema Único de Saúde.

Contato dos representantes do núcleo de Santa Catarina:

 Marcelo Pacheco Freitas

E-mail: marcelopachecodefreitas@gmail.com 

Telefone:  (48) 99919-6703

Laurinha Souza Brelaz

E-mail: laurinhasouzabrelaz@gmail.com  

Celular  (48) 98838-6607

Por Nathalia Müller Camozzato

professora, doutora em Linguística e graduada em Letras – Português pela UFSC. Atualmente, realizada Pós-doutoramento com bolsa FAPESC, no  Programa de Pós-Graduação em Linguística da ufsc. Tem buscado alinhavar a pesquisa à práticas por vidas mais vivíveis e justas para todas pessoas., especialmente aquelas vulnerabilizadas por questões como raça, gênero, sexualidade e variabilidade funcional. Entre seus interesses estão o discurso e o emaranhado entre o humano e o não/outro que humano, o pensamento localizado e as estórias como estratégia fabulativa orientada para o futuro.

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